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O projeto curatorial tem correalização com a Organização das Nações Unidas (ONU) e foi desenvolvido de forma orgânica pela equipe do MI com a participação de diversos parceiros. A temporária apresenta ao público uma compreensão geral sobre o vínculo entre a mudança global do clima e a mobilidade humana, evidenciando as diferentes maneiras pelas quais a ciência, os agentes sociais (associações, ONGs e OIs) e as artes lidam com fenômenos tão complexos.

A decisão de migrar é influenciada por uma complexa interação de fatores políticos, econômicos, demográficos, sociais e ambientais. No caso da migração relacionada à mudança climática, os aspectos ambientais modificados pela atividade humana desempenham um papel crucial na escolha de deixar um local de residência em busca de outro. Evacuações preventivas, realocações planejadas, fuga reativa diante de eventos repentinos ou deslocamento gradual de pessoas de áreas afetadas por fenômenos de desenvolvimento lento, como a seca, são algumas das formas de deslocamento desencadeadas por desastres, que, com a mudança do clima, tendem a se tornar cada vez mais frequentes e intensos.

Em um cenário tão complexo, a abordagem escolhida na exposição foi a de fluir junto às pessoas e às organizações que estão se mobilizando e pensando sobre os desafios atuais. Os três módulos que compõem a temporária, Tempo de Saber, Tempo de Agir e Tempo de Sentir, são dispostos a partir de diferentes saberes e contam com recursos de instalações, vídeos, conteúdos em realidade virtual, dados de observatórios e instituições, fotos, depoimentos e objetos.

O meio ambiente sempre foi um fator de migração, e os deslocamentos ao redor do mundo mostram como as sociedades são afetadas por outras espécies ou pelos ciclos naturais. Além do panorama atual e das perspectivas do futuro, a exposição contextualiza o papel da Hospedaria de Imigrantes do Brás – prédio que abriga hoje o MI – em histórias sobre acolhimento por consequências de questões ambientais, como a Grande Seca, no século XIX, que expulsou milhares de cearenses para outras partes do País, e as enchentes em São Paulo da década de 1920.

Por meio de diversas trajetórias e histórias, em Mova-se! Clima e deslocamentos o público entrará em contato com as estratégias atuais de conscientização, campanhas e projetos das principais instituições que lidam com o colapso climático e a extrema desigualdade. A temporária exibe também os registros de Lalo de Almeida, um dos mais importantes fotojornalistas em atividade no Brasil. A seleção de 17 obras que compõem a exposição têm 2012 como ano de partida e apresentam um panorama sobre o meio, suas transformações e as consequências ecológicas, econômicas e sociais da relação entre o meio ambiente e os seres humanos e não humanos.

A exposição Mova-se! Clima e deslocamentos é uma realização do Ministério da Cultura, do Governo do Estado de São Paulo, mediante a Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas, do Museu da Imigração e das Nações Unidas, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. O projeto tem patrocínio da Embaixada e Consulados dos EUA no Brasil, da Deloitte e da Panasonic e apoio do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), da Produtora Brasileira, do Instituto Linha D’Água, das Latinas por el Clima, da Amazônia Viva, do Instituto Igarapé, do IDMC (Internal Displacement Monitoring Centre) e do AdaptaBrasil MCTI.

Fotografia de capa: Sem título, 2020 | Santo Antônio Leverger, MT | Lalo de Almeida/Folhapress

Fotografias 1, 2 e 3: Studiolopes | Museu da Imigração

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