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Hospedaria de Histórias: Um dia de visita ao Arquivo Público do Estado de São Paulo
Por Thaíla Mateus da Silva
Como já mencionado em textos anteriores, o projeto "Brasileiros na Hospedaria", desenvolvido pelo Núcleo de Pesquisa do Museu da Imigração, tem, entre os seus objetivos, precisar dados sobre a história da Hospedaria do Brás e dos migrantes nacionais que por lá passaram.
Com esse objeto de pesquisa em mente, as visitas ao Arquivo Público do Estado de São Paulo[1] tem se tornado constantes – isso porque, desde 2010, o acervo arquivístico da Antiga Hospedaria de Imigrantes do Brás (atual Museu da Imigração) encontra-se sob a guarda do mesmo.
Diariamente, a equipe de pesquisa do MI recebe dezenas de e-mails[2] de pessoas interessadas em documentos oficiais que comprovem a chegada de seus antepassados migrantes ao Brasil[3]. Para além das demandas do presente (como a emissão de "Certidões de Desembarque", por exemplo[4]), a importância do Arquivo, para a história das migrações em São Paulo, se dá pela salvaguarda de inúmeros documentos que não estão digitalizados e que só podem ser consultados mediante visita presencial. Principalmente no tocante às migrações internas e à passagem de brasileiros pela Hospedaria do Brás.
O objetivo desse artigo, portanto, além de evidenciar as preocupações recentes do Museu nos estudos sobre os migrantes nacionais acolhidos pela Hospedaria, é de apresentar – de maneira introdutória - como é um dia de pesquisa no acervo textual do APESP.
A instituição funciona, nos dias úteis, das 9h às 17h. Para agendamento de visitas presenciais, é necessário entrar em contato via e-mail ou telefone e conferir as datas disponíveis. A confirmação deve ser feita com alguns dias de antecedência para que a equipe responsável possa preparar os documentos a serem consultados. A partir disso, o interessado recebe um número de protocolo de agendamento, que deverá ser apresentado na portaria.
Na entrada do edifício já é possível visualizar o guarda volumes. Durante as pesquisas, é proibida a utilização de canetas e objetos com tinta na sala de consulta – para que não haja perigo de danificar os documentos. É permitida a entrada com lapiseira, lápis, notebooks e demais aparelhos eletrônicos e de folhas de anotação avulsas.[5]
No segundo andar, está localizada a sala de consulta. Nesse ambiente, é necessário assinar um termo de identificação e responsabilidade sobre o material que está sendo consultado. Após assinatura, os pesquisadores são orientados a utilizar luvas de proteção durante todo o período de permanência na sala – essas e outras medidas fazem parte de protocolos para preservação do patrimônio público sob a guarda da Instituição.
Em conteúdos futuros, pretendemos expor as percepções e os resultados das pesquisas, ainda em andamento, sobre a passagem de brasileiros na Hospedaria. Convidamos todos para que visitem o Museu da Imigração e o Arquivo Público do Estado de São Paulo, instituições fundamentais para a produção de conhecimento e a guarda de memórias das migrações em São Paulo.
Referências
[1] Para fins explicativos, informamos que no decorrer do texto a sigla "APESP" poderá utilizada como sinônimo de "Arquivo Público do Estado de São Paulo".
[2] As pesquisas oferecidas pelo Museu são gratuitas para todos os públicos. Para solicitá-la, é necessário enviar um e-mail para pesquisa@museudaimigracao.org.br, que tem prazo de resposta de até 10 dias úteis.
[4] As "Certidões de Desembarque" são documentos de caráter oficial, legalmente aceitos, que comprovam a passagem de migrantes internacionais chegados ao Brasil e passados por São Paulo. Para informações mais detalhadas, consultar: http://www.arquivoestado.sp.gov.br/web/acervo/solicitacao_certidoes/imigracao.
[5] Para conferir, detalhadamente, os procedimentos de consulta de documentos, leia: http://www.arquivoestado.sp.gov.br/web/acervo/atendimento/o_que_posso_levar.